[53] Proximidade e Expectativa
Gostaria de divagar um pouco sobre estes dois conceitos que há muito me fazem refletir: proximidade e expectativa.
Primeiro uma definição denotativa de cada um. Proximidade: condição ou estado do que é próximo; vizinhança; contiguidade; (no pl. ) cercanias, arredores. Expectativa: esperança baseada em supostos direitos, probabilidades ou promessas; expectação.
De certa forma ambos têm a ver com distância; no primeiro caso: distância física; no segundo: distância psicológica.
Pois a minha teoria é que esses dois conceitos são chaves em muitos aspectos de nossas vidas. Após lerem minhas divagações tentem lembrar deles ao longo de algumas semanas e relacioná-los com circunstâncias de suas vidas.
Proximidade.
Tudo que é próximo a nós exerce inimaginável influência e ditam nosso modo de viver. Isso parece natural, não? Mas quantas vezes nos damos conta disso? Por quê, por exemplo, temos tanto apego a nossa terra natal e em geral queremos retornar a ela? E se nunca saímos de nossa cidade, por que essa hipótese nos amedronta? Para os que vivem fora, temos muitas vezes o plano de voltar para lá mais adiante, após aposentar, como se nos iludíssimos para que tenhamos conforto mental. Outra questão, por que muitas vezes nossos melhores amigos são aqueles que estão mais próximos, e outros com os quais, até, temos mais afinidade, vão ficando cada vez mais distantes? E isso talvez também explique porque somos tão apegados a nossos familiares, a proximidade genética...
Expectativa.
Pro bem ou pro mal... Sempre que depositamos elevada expectativa que alguma viagem vai ser fabulosa, que algum filme será vibrante, que algum livro mudará nossa vida, que alguma pessoa nos encantará... se a profecia se confirma tudo terá quase um aspecto de normalidade. Mas se a viagem for apenas normal, o filme apenas mediano, o livro comum, a pessoa como todas as outras, ficaremos decepcionados. Por outro lado, se viajamos para um local ao acaso em uma decisão de última hora, se nos deparamos com um livro qualquer na livraria, se alugamos um filme só porque ele estava à nossa frente na locadora, se conhecemos uma pessoa sem compromisso, talvez o fato de eles serem apenas normais, não ruins, já nos proporcionarão uma tremenda satisfação, pois não tínhamos depositado nenhuma expectativa de que eles nos deixariam deslumbrados. Citei aqui viagem, filme, livro e pessoa, mas isso vale para outros itens: uma festa, uma pescaria, uma peça teatral, um emprego, um encontro...
Por essas e outras acho fundamental que controlemos e dosemos nossa expectativa, ela nunca poderá ser nem além nem aquém de certos patamares. Se for demais, a chance da decepção aumenta. Se for baixa, a chance de supervalorizarmos algo comum também cresce.
E também que fiquemos atento a essa influência que a proximidade exerce sobre nós. Despidos de nossa cultura, quem somos nós? O que genuinamente nos faz felizes? É isso que deve ser buscado até nossa morte. Não necessariamente os encontraremos perto de nós, pode ser que esteja distante, muito longe, embora muitas vezes, de fato estejam embaixo de nossos narizes. Até logo.
Gostaria de divagar um pouco sobre estes dois conceitos que há muito me fazem refletir: proximidade e expectativa.
Primeiro uma definição denotativa de cada um. Proximidade: condição ou estado do que é próximo; vizinhança; contiguidade; (no pl. ) cercanias, arredores. Expectativa: esperança baseada em supostos direitos, probabilidades ou promessas; expectação.
De certa forma ambos têm a ver com distância; no primeiro caso: distância física; no segundo: distância psicológica.
Pois a minha teoria é que esses dois conceitos são chaves em muitos aspectos de nossas vidas. Após lerem minhas divagações tentem lembrar deles ao longo de algumas semanas e relacioná-los com circunstâncias de suas vidas.
Proximidade.
Tudo que é próximo a nós exerce inimaginável influência e ditam nosso modo de viver. Isso parece natural, não? Mas quantas vezes nos damos conta disso? Por quê, por exemplo, temos tanto apego a nossa terra natal e em geral queremos retornar a ela? E se nunca saímos de nossa cidade, por que essa hipótese nos amedronta? Para os que vivem fora, temos muitas vezes o plano de voltar para lá mais adiante, após aposentar, como se nos iludíssimos para que tenhamos conforto mental. Outra questão, por que muitas vezes nossos melhores amigos são aqueles que estão mais próximos, e outros com os quais, até, temos mais afinidade, vão ficando cada vez mais distantes? E isso talvez também explique porque somos tão apegados a nossos familiares, a proximidade genética...
Expectativa.
Pro bem ou pro mal... Sempre que depositamos elevada expectativa que alguma viagem vai ser fabulosa, que algum filme será vibrante, que algum livro mudará nossa vida, que alguma pessoa nos encantará... se a profecia se confirma tudo terá quase um aspecto de normalidade. Mas se a viagem for apenas normal, o filme apenas mediano, o livro comum, a pessoa como todas as outras, ficaremos decepcionados. Por outro lado, se viajamos para um local ao acaso em uma decisão de última hora, se nos deparamos com um livro qualquer na livraria, se alugamos um filme só porque ele estava à nossa frente na locadora, se conhecemos uma pessoa sem compromisso, talvez o fato de eles serem apenas normais, não ruins, já nos proporcionarão uma tremenda satisfação, pois não tínhamos depositado nenhuma expectativa de que eles nos deixariam deslumbrados. Citei aqui viagem, filme, livro e pessoa, mas isso vale para outros itens: uma festa, uma pescaria, uma peça teatral, um emprego, um encontro...
Por essas e outras acho fundamental que controlemos e dosemos nossa expectativa, ela nunca poderá ser nem além nem aquém de certos patamares. Se for demais, a chance da decepção aumenta. Se for baixa, a chance de supervalorizarmos algo comum também cresce.
E também que fiquemos atento a essa influência que a proximidade exerce sobre nós. Despidos de nossa cultura, quem somos nós? O que genuinamente nos faz felizes? É isso que deve ser buscado até nossa morte. Não necessariamente os encontraremos perto de nós, pode ser que esteja distante, muito longe, embora muitas vezes, de fato estejam embaixo de nossos narizes. Até logo.