quarta-feira, 24 de outubro de 2007

[29]

Quem somos?

Por quê vivemos?

Como o mundo foi criado?

Existe uma vontade ou um sentido por trás de tudo o que ocorre?

Há vida depois da morte?

Como devemos viver?

Isso é filosofia. O ser humano de todas as épocas, de todo tipo de cultura, historicamente busca responder a essas perguntas; ao menos aqueles que não são absorvidos pelo dia-a-dia avassalador, que não são sugados pelo cotidiano, e ainda que não se esquecem de se admirar com a vida, com a existência e, portanto, com todo o resto.

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

[28]
Abri uma página em branco no Word.

Pensei que, como esse texto, também nossa vida começa como se fosse uma página em branco.

Tem gente que acha que alguma mão invisível nos guia. Seríamos como fantoches diante do mundo, nossos pensamentos, nossas ações, nossa vida, estariam previamente traçados. O destino, Deus. Não decidiríamos nada por nós próprios.

Já há correntes que pregam o oposto. A página está em branco e é eu que decido o que escrever aqui. Posso parar por aqui, posso continuar a desenvolver meus pensamentos, posso apagar tudo e desistir do texto e, desse modo, ninguém jamais saberia que um dia eu quis divagar sobre isso. Posso escrever essa frase absolutamente inútil e por um ponto final aqui. Nem tão absolutamente. Agora mesmo tenho dúvidas se continuarei escrevendo. Acho que se não tiver algo “útil” para dizer, simplesmente não vale a pena tomar o precioso tempo do heróico leitor que me lê. É por isso que deixei de disponibilizar algo semanalmente, escreverei esporadicamente. Decidi mudar de parágrafo.

Seria assim também nossa vida? Colocamos pontos finais aonde quer que queiramos? Mudamos de parágrafo a nosso bel-prazer? Refazemos escritas do passado? Determinamos o tamanho e a profundidade?

Spinoza achava que tudo acontece por que tem que acontecer e que se acreditamos nisso, que tudo está relacionado, que tudo é um, vendo as coisas sob a perspectiva da eternidade, poderíamos ser levados a experimentar tudo de forma pura e cristalina, contornar as paixões humanas, a ambição, o prazer, e chegar à felicidade e à harmonia verdadeiras.

Foi eu que escrevi esse texto, ou ele é fruto de leis irrevogáveis da natureza? Pensamos nós ou todos os pensamentos que são pensados são também pensamentos de Deus ou da natureza, uma vez que tudo seria uma coisa só?

Pode-se dizer que há livre arbítrio, que somos livres, se não determinamos tudo que acontece com nosso corpo, se não escolhemos nossos pensamentos?

Será que foi você mesmo que decidiu ler esse texto?

Tudo é possível, mas também é preciso duvidar de tudo. Também pode haver uma explicação muito simples para tudo.

Estou terminando essa página não mais em branco, mas confesso que de repente, tudo ficou tão confuso, tão ilógico, tão fora de ordem, que se pensei que comecei achando que tinha livre-arbítrio, termino duvidando disso. Termino duvidando se esse não seria um texto inútil. Termino achando que posso guardar esse arquivo e, cada vez mais confuso, termino não sabendo como terminar.
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