[42] A internet me deixou burro demais!
Há quem defenda que os videogames, os computadores, a internet, enfim, as novas tecnologias, contribuam para o desenvolvimento do ser humano. Eu particularmente, não acredito muito que uma criança que passa uma manhã presa em um apartamento jogando videogame esteja se desenvolvendo mais que uma outra que está brincando com seus amigos na rua em frente sua casa, seja soltando uma pipa, jogando futebol ou brincando de pique-esconde. Talvez uma mescla dos dois perfis fosse o ideal, mas certamente uma maneira de brincar não substitui a outra, pois, creio, elas possibilitam o desenvolvimento de habilidades diferentes.
O escritor estadunidense Mark Bauerlein escreveu o livro "The Dumbest Generation", “A geração mais estúpida”, que também tem o seguinte sub-título: "Como a era digital embasbaca os jovens americanos e põe em risco nosso futuro. Ou, nunca confie em ninguém com menos de 30".
No livro o autor defende que essas novas tecnologias são responsáveis pela geração de jovens "superficiais", incapazes de lembrar (e de dar importância a) fatos históricos. "Eles praticamente não lêem. Com toda a informação disponível on-line, como nunca antes na história, eles preferem dedicar uma quantidade inacreditável de tempo a vasculhar vidas alheias e a expor as suas próprias em redes de relacionamento como o Facebook e o MySpace (ou Orkut)", diz.
O filósofo italiano Umberto Eco parece ter opinião semelhante, uma vez que em entrevista ao jornal espanhol "El País" afirmou que "a abundância de informações sobre o presente não permite refletir sobre o passado".
A polêmica está posta. Certamente não é difícil encontrar algum conhecido, parente ou não, utilizando a internet apenas para diversão, de maneira superficial, o que, acredito, também seja aceitável. Para mim o problema é a desproporção com relação a outras atividades mais “nobres”, como uma pesquisa para alargar o conhecimento sobre um assunto, ou, mesmo fora do computador, a leitura de um belo livro.